Que são pilhas e baterias?
Pilhas
e baterias são dispositivos nos quais em seus interiores ocorre uma reação
espontânea de oxirredução que produz corrente elétrica.
A
diferença entre pilhas e baterias está no fato de que as pilhas são formadas
por dois eletrodos e um eletrólito, enquanto as baterias são formadas por
várias pilhas conectadas, ou seja, em série.
Observação: A voltagem
das pilhas depende da diferença de potencial entre os eletrodos, ou seja, do
grau de espontaneidade com que ocorre a transferência de elétrons de um
eletrodo para o outro. Quanto maior for a tendência do ânodo de doar elétrons e
do cátodo de receber elétrons, maior será a potência da pilha.
Com relação às baterias, elas são formadas por várias
pilhas ligadas entre si. Quando elas estão ligadas em paralelo, um polo
positivo de uma pilha fica ligado ao polo positivo da outra, enquanto o polo negativo
está ligado a outro polo negativo. Por outro lado, se as pilhas que formam a
bateria estiverem ligadas em série, teremos um polo positivo ligado a um polo
negativo e assim sucessivamente.
Quais tipos
de pilhas e baterias existem no mercado?
Os tipos
de pilhas mais comuns no cotidiano são as pilhas secas
(pilhas comuns ou pilhas ácidas), alcalinas e de lítio/dióxido de manganês.
As pilhas comuns são chamadas de pilhas de Leclanché em homenagem ao seu inventor, o
químico francês George Leclanché (1839-1882).
As pilhas secas são indicadas para equipamentos que
requerem descargas leves e contínuas, como controle remoto, relógio de parede,
rádio portátil e brinquedos.
A pilha seca produz uma voltagem de
apenas 1,5 V, mas pode ser melhorada com seu uso descontínuo, ou seja, alternar
períodos de uso com repouso fora do produto.
E os
tipos de baterias mais comuns utilizadas no dia a dia são as baterias de níquel-cádmio (NiCd), baterias de hidreto metálico
de níquel (Ni-MH), baterias de íon-lítio (Li-Ion).
Bateria de Níquel Cadmio
(NiCd)
Sua voltagem constante é de 1,4 V. No entanto, basta colocar essa bateria num carregador apropriado,
pois as suas semirreações são reversíveis e o fornecimento de corrente elétrica
faz com que a reação ocorra no sentido oposto, em que há o consumo dos produtos
e formação dos reagentes. Desse modo, a pilha volta a funcionar novamente.
Inclusive, uma bateria
de níquel-cádmio pode ser reutilizada cerca de 4 mil vezes!
Essas baterias são muito usadas em
celulares, barbeadores, câmeras de vídeo, flashes, aparelhos
eletrônicos portáteis, ferramentas, entre outros.
O cádmio
é um metal altamente tóxico, mesmo em pequenas quantidades, é bioacumulativo e pode causar
disfunção renal, problemas pulmonares e câncer. Por isso, esse tipo de bateria
vem sendo gradativamente substituído por baterias de hidretos metálicos que são
mais avançadas tecnologicamente e representam um menor perigo para o meio
ambiente.
Baterias
de hidreto metálico de níquel (Ni-MH)
Apesar de ser uma tecnologia
posterior a de NiCd, as baterias de hidreto metálico de níquel apresentam
funcionamento bastante semelhante com suas antecessoras. A grande diferença
fica pelo seu material ativo no eletrodo negativo. As baterias de Ni-MH
empregam hidrogênio na forma de hidreto metálico ao invés de cádmio em seu
eletrodo negativo.
Outras
diferenças, como maior carga e mais tempo de uso em mesmas condições, também
são presentes nestas baterias. Isso se deve ao fato do hidreto metálico ser
mais denso que o cádmio, permitindo assim uma maior presença de níquel no
eletrodo positivo da bateria. Além disso, suas vantagens em relação à de NiCd
consistem também em serem menos tóxicas e vulneráveis ao “efeito memória”.
Baterias
de íon-lítio (Li-Ion)
De todos os
tipos de baterias esta é, sem dúvida, a melhor. Suas vantagens são diversas e
variadas e não é justamente por isso que elas são empregadas em larga escala
nos novos eletrônicos. Se você possui um notebook, celular ou câmera digital
fabricado nos últimos anos, provavelmente sua bateria será de Li-Ion.
Não-tóxicas,
com capacidade de carga duas vezes maior que as de Ni-MH e três vezes maior que
as de NiCd, sem efeito memória (ou seja, a bateria não vai “viciar”) e também
mais leves, afinal o lítio é um dos metais mais leves já conhecidos. A
densidade do lítio também permite a criação de baterias com maior capacidade.
Outro ponto
que dá muito mais vantagens às baterias de Li-Ion é o fato de estas baterias
dispensarem ciclos completos de cargas, ou seja, você não precisa esperar a
carga acabar para carregá-la novamente e quando carrega não precisa esperar que
ela seja preenchida por completo. Além disso, ao estar carregada por completo a
bateria cessa automaticamente o recebimento de energia para evitar sobrecargas.
Estas
baterias, porém, demandam um cuidado maior por parte de seus usuários, como por
exemplo, a não exposição a altas temperaturas que podem causar danos
definitivos e até mesmo, sua explosão.
Consequências das pilhas usadas descartadas no Meio Ambiente – O
que podemos fazer?
As pilhas e baterias, quando
descartadas em lixões ou aterros sanitários, liberam componentes
tóxicos que contaminam o solo, os cursos d'água e os lençóis
freáticos, afetando a flora e a fauna das regiões circunvizinhas e o homem,
pela cadeia alimentar.
Devido a seus componentes tóxicos, as
pilhas podem também afetar a qualidade do produto obtido na compostagem de
lixo orgânico. Além disso, sua queima em incineradores também não consiste em
uma boa prática, pois seus resíduos tóxicos permanecem nas cinzas e parte
deles pode volatilizar, contaminando a atmosfera.
Os componentes tóxicos encontrados nas
pilhas são: cádmio, chumbo e mercúrio.
Todos afetam o sistema nervoso central,
o fígado, os rins e os pulmões, pois eles são bioacumulativos.
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O cádmio
é cancerígeno, o chumbo pode provocar anemia, debilidade e paralisia parcial, e
o mercúrio pode também ocasionar mutações genéticas.
Coleta
seletiva
Considerando
os impactos negativos causados ao meio ambiente pelo descarte inadequado das
pilhas e baterias usadas e a necessidade de disciplinar o descarte e o
gerenciamento ambientalmente adequado (coleta, reutilização, reciclagem,
tratamento ou disposição final) de pilhas e baterias usadas, a Resolução n°
257/99 do CONAMA resolve em seu artigo primeiro:
"As
pilhas e baterias que contenham em suas composições chumbo, cádmio, mercúrio e
seus compostos, necessário ao funcionamento de quaisquer tipos de aparelhos,
veículos ou sistemas, móveis ou fixos, bem como os produtos eletroeletrônicos
que os contenham integrados em sua estrutura de forma não substituível, após
seu esgotamento energético, serão entregues pelos usuários aos estabelecimentos
que as comercializam ou à rede de assistência técnica autorizada pelas
respectivas indústrias, para repasse aos fabricantes ou importadores, para que
estes adotem diretamente, ou por meio de terceiros, os procedimentos de
reutilização, reciclagem, tratamento ou disposição final ambientalmente
adequado".
Ao longo do
tempo, o uso de baterias passou a ser alvo de diversos mitos que muitas vezes
não sabemos se realmente são verdadeiros ou somente mais uma lenda urbana que
surge por aí. O portal Baixaki pesquisou e publica agora uma série de fatos que
serão confirmados ou refutados para esclarecer a todos.
Ao comprar um novo aparelho, devo dar uma
“supercarga” de quase um dia em sua bateria.
Mito! As
baterias encontradas nos aparelhos eletrônicos de hoje são todas de íons de
lítio (Li-Ion), o que significa que podem ser utilizadas normalmente assim que
adquiridas e carregadas por completo, diferentemente de baterias antigas, de
níquel-cádmio (NiCd) e de hidreto metálico de níquel (Ni-MH). De qualquer modo,
antes de iniciar a carga de seus aparelhos informe-se a respeito no manual.
Antes de carregar a bateria do
aparelho é necessário esperá-la ser descarregada por completo.
Mito! As
baterias de Li-Ion dispensam ciclos completos de carga, ou seja, não é
necessário esperar que elas estejam com a bateria zerada para que seja dada uma
nova carga, assim como é possível retirar o aparelho da carga antes que esteja
totalmente carregado sem correr o risco de “viciar” a bateria.
Os aparelhos devem ser
removidos da tomada assim que a carga da bateria estiver completa para evitar
sobrecargas.
Mito! Isso
acontecia com as baterias mais antigas que utilizavam o níquel em sua
composição (NiCd e Ni-MH), mas não com as de Li-Ion. Os carregadores originais
dos aparelhos possuem tecnologia inteligente que cessa o envio de energia assim
que as baterias estão completamente carregadas, justamente para evitar
problemas com sobrecarga. Mais uma vez, verifique que tipo de bateria é a do
seu aparelho para melhor utilizá-la.
As baterias de Li-Ion, mais utilizadas
nos aparelhos eletrônicos da atualidade, não correm o risco de ficarem
“viciadas”.
Verdade! As baterias de Li-Ion são imunes ao chamado “efeito memória”, o
vício de baterias. O efeito memória pode acontecer somente em baterias de NiCd
e Ni-MH, ou seja, se a sua bateria é composta por alguns destes dois conjuntos
de materiais, será necessário realizar ciclos completos de carga (descarga
total para iniciar uma nova carga e então carregar a bateria completamente
antes de retirá-la da tomada).
Com o tempo as baterias vão
perdendo parte da sua capacidade de armazenamento.
Verdade! É comum que as constantes cargas e descargas de energia vão
danificando naturalmente uma bateria, assim como qualquer aparelho eletrônico
acaba sofrendo um desgaste natural conforme é usado. A Apple informa que uma
bateria bem cuidada é capaz de suportar até 300 ciclos de carga e descarga
completos armazenando, pelo menos, 80% de sua capacidade total.
Não é seguro utilizar
carregadores e baterias não autorizadas pelo fabricante do aparelho.
Verdade! Se você deseja manter a integridade de sua bateria por mais tempo
quanto possível, utilize somente carregadores e baterias autorizadas pelo
fabricante do seu aparelho, pois somente eles possuem a certificação necessária
por quem desenvolve o produto para funcionar corretamente. Além disso, caso
você venha a ter algum problema devido a falhas técnicas, o uso somente de
produtos originais e licenciados pelo fabricante lhe dá a possibilidade de
reivindicar os seus direitos de consumidor.
Não é recomendado utilizar o
notebook com a bateria inserida quando ele estiver conectado na tomada.
Mito! Especialistas
afirmam que retirar ou não a bateria quando seu computador estiver conectado na
tomada não fará a mínima diferença, afinal, quando isso ocorre, a bateria
utiliza como fonte principal a elétrica. Neste caso, a bateria torna-se apenas
um condutor pelo qual passa a energia.
Recomenda-se carregar o
aparelho quando ele estiver desligado.
Mito! Não
há nada que comprove algum dano causado aos aparelhos ou baterias por
permanecerem ligados enquanto são carregados. Talvez o único contratempo seja
uma maior demora para que seja realizada uma carga completa.
Utilizar carregadores adaptados
para veículos pode prejudicar o desempenho da bateria.
Verdade! Isso ocorre porque ao deixar seu celular carregando sobre o painel
do carro ele pode sofrer superaquecimento, afinal durante a carga a bateria
libera mais calor do que o normal. Com o aumento da temperatura pode ocorrer
dilatação de alguns componentes do aparelho e sua consequente danificação.
Periféricos – impressoras,
aparelhos de MP3 player, telefones celulares, etc. – conectados a um notebook
aumentam seu consumo de energia.
Verdade! Dispositivos conectados via USB, até mesmo pendrives, são ótimos
consumidores de energia de seu notebook, assim como redes sem fio (Bluetooth,
infravermelho, wi-fi).
É possível deixar o
celular/notebook em cima da cama enquanto recarrega sem nenhum problema.
Mito! Como
dito anteriormente, a bateria dissipa calor enquanto é carregada e se esse
calor for novamente para dentro do equipamento pode acarretar em sérios
problemas. Portanto procure sempre locais arejados e que não armazenem calor
para deixar seus aparelhos carregando.
Baterias de Li-Ion podem ser jogadas
no lixo comum, pois não agridem ao meio ambiente.
Mito! As
baterias cujo composto ativo é o lítio podem ser menos poluentes, mas mesmo
assim continuam a agredir o meio ambiente. Não importa se é níquel ou lítio, se
a bateria já não é mais apropriada para uso, o mais aconselhável é que sejam
descartadas em locais apropriados. Ligue para a prefeitura de sua cidade e
verifique postos municipais de coleta de materiais desses tipos ou então, leve
sua bateria para lojas de celulares ou operadoras para que sejam encaminhadas
ao destino correto.
Fontes de Pesquisas
(Bibliografia):
Brasil Escola; Info Escola; Adefal; Sobiologia; Tecmundo; Mundo Educação; Portal Baixaki; EBAH
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