Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma.
Antoine Lavoisier.
Ao longo dos tempos, inconsciente ou conscientemente temos transformado os recursos naturais de maneira serena ou abruptamente sem darmos conta das consequências que os resultados benéficos ou danosos possam estar causando ou ter causado no referido tempo.
Inconscientemente, porque de uma forma ingênua mesmo que comercialmente, a devastação iniciada pelos portugueses investida na mata atlântica na retirada das madeiras de lei incluindo o pau brasil, "talvez" não revelasse o grande mal que ora se iniciava. Conscientemente, porque sendo Portugal considerado um País dos mais antigos, uma centelha de consciência da devastação que se iniciava deveria existir para que cuidados com o que conhecemos hoje por flora e fauna não viessem a sofrer com a devastação e a extinção de plantas e bichos ali existentes, dependentes da mata cujas espécies só conhecemos hoje através de fotos e alguns nem resquícios disso temos.
Resultados benéficos, porque pesquisas deveriam mesmo ser feitas face á vegetação que se descobria, ervas, vegetais diversos como cravo, canela, alecrim, etc., em prol da humanidade. Danosos, porque de forma desenfreada sem a mínima preocupação e sensatez, pois faltaram os cuidados básicos com os recursos naturais e as espécies animais que dependiam desses recursos para sobreviverem.
Da mata atlântica dos anos primeiros (1510) aos dias de hoje (2012), restam apenas 5 % (cinco por cento) de vegetação. Dos animais as estatísticas não são menos lamentosas ou drásticas.
Sem delongas, não tem sido diferente a mesma depredação dos dias de hoje com relação ao cerrado, à caatinga e principalmente à Floresta Amazônica.
A célebre frase de Lavoisier faz sentido, quando a natureza tem um tempo para "sentir, refletir, ponderar, respirar e encontrar formas de restabelecer-se e agir em sua própria recuperação", mas esse tempo necessário nunca lhe foi dado, porque indo embora os forasteiros denominados de desbravadores, ficaram seus confrades, sócios, parentes, conterrâneos para consumar a invasão e impedir a invasão de outros povos como conhecemos pela história - Inicia-se a partir dai o que conhecemos hoje como especulação.
Especulação que estende-se aos dias de hoje pelas imobiliárias e construtoras e pela falta de uma fiscalização séria e competente, na maioria das vezes engessada pelos vícios das corrupções compensadoras e fartas oferecidas pelos grandes empresários em busca dos grandes lucros alcançados pelos empreendimentos construtivos. Não é mais por inconsciência. É descaradamente intencionalmente.
As informações nos chegam hoje instantaneamente pelos meios maciços de comunicação. As informações são "on-line". E proporcionalmente a responsabilidade é de todos. Os que estão diretamente inseridos pelos investimentos na obtenção de lucros, o poder publico na intervenção daquilo que é prejudicial ao meio ambiente e às pessoas, e as próprias pessoas que relegam seu protesto e se omitem deixando ao acaso um patrimônio que também é seu e de toda a humanidade.
Lúcio Correia
27.06.2012
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